Natal – Limiar de uma esperança

Por Décio Pereira – Dez/1982

natal

Gostaria que a humanidade me mostrasse na vivência,

onde colocaram o sentido do Natal.

 

Folheio jornais, leio livros, vejo televisão e cinema,

ouço pessoas, rádio e continua o mesmo mundo.

Entre tremores da terra e disfarçados temores

de perguntas formuladas à procura de formas,

busco o sentido dessa alegre luminosidade…

 

De presentes múltiplos, desejados, às vezes não precisados

que em breve estarão abandonados no velho sótão,

enquanto irmãos povoam as ruas e campos, nus, estendendo a mão

ou morrendo de fome debaixo de viadutos.

Jovens, velhos e adultos,

como conviver com a alegria de corações que deveriam usar luto?

 

De gastos astronômicos em comidas e bebidas,

que em grande parte serão desperdiçadas, mal  usadas,

enquanto uma multidão, bem perto das ceias e festas,

comensais que buscam alimentação, sem exigir a especialidade destas,

imploram um mísero pedaço de pão e morrem sem encontrar uma fresca,

que traga o extermínio de sua desgraçada fome.

E a tão falada SOLIDARIEDADE DOS HOMENS?

 

De um turbilhão de mensagens e cartões – Lembrados os figurões

e  esquecidos de todas as relações:

A prostituta imunda da lama ao lado;

O eternamente caído na calçada, de frustrações e males embriagado;

O menor abandonado, lixo postiço do estado.

Ah! É que eles não são amigos, nem tampouco importantes ou queridos,

são farrapos humanos, meros desconhecidos.

Entre nós e eles há humanos e desumanos,

Qual a sua classe? Qual a de seus ignóbeis manos?

 

Mas, em uma marginalizada manjedoura,

nasce uma luz, uma criança – novo pacto, nova aliança.

Tudo traduz o apelo de JESUS:

“MUNDO, EU SOU A ESPERANÇA!”

 

Por isso,

Não espere o próximo natal para abraçar a estendida mão

e, ainda  que pós-natal, não permita o mal.

Não espere o próximo natal para comemorar o nascimento de JESUS,

ELE pode nascer toda manhã em seu coração

e fazer brilhar em você a infinita LUZ.

Não espere o próximo natal para ajudar seu irmão,

sem se importar com a cor, condição, sexo, ideologia política ou religião.

Faça dos seus dias sempre natal, numa devoção,

fazendo o bem sem predileção.

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