Condeúba: Arqueólogos do IPHAN visitam praça onde foram encontradas ossadas humanas

Por: Dermeval Filho

Técnicos buscam respostas para a descoberta acidental e parecer técnico deverá ser emitido nos próximos dias

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Técnicos do IPHAM-BA (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) visitaram as obras de reforma e revitalização da Praça Santo Antônio, em Condeúba, na última quinta-feira, 18, para conhecimento e análise das ossadas humanas encontradas por operários durante as intervenções da obra. Atendendo a uma solicitação da Administração Municipal, Igreja Católica e moradores do entorno da Praça, os arqueólogos do IPHAN buscam nessa primeira visita, respostas para a origem dos restos mortais, de maneira que possa se pronunciar tecnicamente a respeito.

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Perguntados sobre a descoberta ocorrida em Condeúba, os técnicos do Instituto Nacional informaram ser precoce uma análise mais aprofundada nesse primeiro momento. “Essa primeira visita serve para conhecermos o contexto histórico do lugar, entender as circunstâncias em que foram encontradas e a partir de dados obtidos, juntamente com as informações de outras fontes, é que emitiremos relatórios aos nossos supervisores. Só depois é que será apresentado parecer técnico definitivo. No momento, o que podemos adiantar é que, não é necessário alterar o projeto de reforma, tampouco o andamento da obra, já que as escavações chegaram ao seu objetivo sem danificar as ossadas”, completou um dos arqueólogos do IPHAN.

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Especialistas consultados informaram que situações como a identificada em Condeúba são mais comuns do que se imagina. Até a primeira metade do século XIX os sepultamentos nem sempre tiveram como destino os cemitérios, época em que as tradições fúnebres variavam. Só a partir da segunda parte do século XIX, herdou-se dos europeus essa prática.

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3 Comentários

  • Agnerio Evangelista disse:

    Espero que os arqueólogos tenham o livro: “Condeúba,sua história, seu povo”, a fim de conhecer um pouco a história de nosso povo. Penso que os ossos são de escravos que eram sepultados fora do templo.

  • Dermeval disse:

    De acordo com os arqueólogos, escravos não eram sepultados próximos às igrejas ( naquela época escravos eram considerados praticamente uma casta inferior, inclusive para a igreja). O sepultamento dentro de igrejas ou ao redor era comum até a 1ª metade do século XIX, pois não haviam cemitérios e esse ritual cumpria importantes funções simbólicas, já que se acreditava que o destino da alma era diretamente ligado ao local do sepultamento. Já na segunda metade, por influência dos europeus, isso passou a ser uma exigência. Ainda segundo esses técnicos, descobertas como essas não são incomuns.

  • Joandina Maria de Carvalho disse:

    Essa realidade em Condeúba demonstra que a cidade é antiga e com uma história que precisa ser melhor conhecida. Sugeri que se formasse uma comissão para acompanhar o processo e não entendo porque essa questão tem sido tratada de maneira misteriosa sem envolver pessoas que se interessam pelo tema. Para alguns, tratam-se de ossos do ofício.

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