A falta de chuvas que vem castigando a região tem provocado uma série de problemas à população, tanto da zona rural quanto da zona urbana e também ao meio ambiente. Em nossa região, moradores do município de Rio do Antônio têm sofrido com a falta de água. Desde abril que não chove de forma satisfatória e a barragem que abastece a cidade, e algumas localidades rurais, está seca, chegando a níveis que não se via há mais de cinquenta anos.
Por conta da diminuição do nível da água, onde restaram somente algumas poças de lama, a Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Meio Ambiente e Agricultura e por orientação da Embasa (Empresa Baiana de Águas e Saneamento), autorizou que os peixes que lá ainda existiam fossem pegos. Na ultima semana dezenas de pessoas estiveram na barragem, num verdadeiro mutirão, onde foram pegos dezenas de peixes, alguns, da espécie tambaqui, chegando a pesar até 42 kg. Segundo o Engenheiro Agrônomo Eduardo Novais, a medida tomada pela secretaria teve como objetivo evitar que os peixes morressem por falta de oxigenação e a sua decomposição pudesse poluir a água, que eventualmente chegará à barragem.
Além desse problema ambiental causado pela falta d’água, os moradores também passam por dificuldades de abastecimento. O racionamento estabelecido pela Embasa já há alguns meses não foi suficiente para evitar que a situação se tronasse insustentável. Segundo Gileno Cardoso, Gerente da AL (Agência Local) em Caculé, que subsidia os municípios de Rio do Antônio (Ibitira) e Guajeru, “o racionamento foi uma medida preventiva, pois a previsão era de que a chuva viesse em setembro e o fornecimento de água fosse normalizado”. Há meses sem chover consideravelmente na região, o rio que recebe o nome da cidade está praticamente seco. Em alguns pontos o que se observa são apenas vestígios de onde já foi o leito do rio.
O Informe Cidade esteve no escritório da Embasa em Caculé e conversou com Gileno Cardoso Santos, que nos falou a respeito das medidas que estão sendo tomadas pela empresa para tentar conter esse problema e garantir que a população não fique sem água. “O que melhor resolveria esta questão seria realmente a chuva. Esperávamos que em setembro chovesse para nos deixar numa situação mais confortante, só que infelizmente a chuva não veio. A situação, não só dos moradores de Rio do Antônio, mas também de Ibitira e de Guajeru é bastante delicada.” Ressaltou Gileno. Segundo ele, no caso de Rio do Antônio a Embasa trabalha com um sistema integrado que capta a água da barragem, levando-a até a ETA (Estação de Tratamento) onde é distribuída para a sede do município, para o distrito de Ibitira e para algumas comunidades rurais. Ao todo são mais de 3.200 (três mil e duzentos) imóveis que estão com o abastecimento comprometido, sendo 30% desse total referentes a imóveis localizados na sede do município, 45% de imóveis localizados em Ibitira e 25% em comunidades rurais do município.
Segundo Gileno Cardoso, a Embasa está trabalhando com duas linhas para tentar encontrar uma solução, em curto prazo, para que o abastecimento não seja interrompido. Uma delas, e a mais urgente, é o fornecimento de água por meio de caminhões-pipa. A Embasa estará contratando, já nos próximos dias, cerca de 20 a 20 caminhões-pipa para levaram água da ETA, em Caculé, para Rio do Antônio e Ibitira. A segunda medida seria a abertura de poços artesianos nas proximidades da barragem para que a água, que dali verteria, pudesse ser mais bem captada e levada para estação de tratamento. Essa medida, no entanto, demandaria mais tempo. Ainda, segundo Gileno, nos próximos dias um Geólogo estará vindo à região para analisar a viabilidade para implantação desta segunda medida.
Enquanto esses problemas não são resolvidos e a chuva tão esperada não chega, moradores continuam apreensivos, já que, segundo informações de própria Embasa, só há água suficiente para mais dois dias de abastecimento.
Fonte: Informe Cidades
AVISO: O conteúdo de cada comentário é de única e exclusiva responsabilidade do autor da mensagem.