Por Sérgio Silva
Como um lobisomem em noite de lua cheia se revela
Eu vou ser o lado sombrio do seu medo
sua luz apagada no fim do túnel
o avesso do avesso de sua história
a lembrança ruim que ficará em sua memória
serei sua desilusão, seu amor cigano
sua ansiedade em noites de insônias
o teu sonho não realizado
teus desamores com seus enganos
o lado pesado de sua balança
suas metas que nunca se alcança
serei quem nunca sonhou
seu pesadelo de madrugada
um abraço de inimigo
um beijo de traição
a metade estragada do limão
o azedo que te tempera
uma paciência que nunca espera
vou ser o calo dos seus pés
ou o sapato que os aperta
vou ser sua cólica menstrual
o anjo mal de sua catedral
a dor do parto que terá que suportar
sua vontade de me xingar
e a raiva contida
o lado obscuro do teu caminho
seu pesadelo, a sua sina
a garôa fria no dia de inverno
seu prazer nunca consumado
a decepção nos seus olhos
tua tristeza, teu futuro incerto
serei a tatuagem em suas virilhas
retratando o fracasso de um amor passado
mais eternizado pro seu desespero
serei da tua pergunta, o silêncio
o gosto amargo da derrota
a vitória não comemorada
as rugas que insiste em nascer
serei o futebol do domingo
causador de sua solidão
a raiva do seu coração
o escuro do abismo
a estrela que nunca brilhou.
na verdade sou o oposto desse avesso
hoje é o dia da mentira
eu brinquei e você caiu
hoje é primeiro de abril
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