O telefone celular já pode ser usado para avaliar a saúde das pessoas e prevenir doenças. Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte desenvolveram aplicativos que permitem a realização de exames e o acompanhamento médico à distância.
Com uma lente adaptada na capa, o celular tira uma foto do olho e o aplicativo detecta astigmatismo, miopia e até ceratocone. “Ele é feito pra você fazer uma triagem inicial dos problemas das pessoas. Você faz essa triagem e é encaminhado para um médico em seguida”, explica o estudante Eugênio Brandão Araújo.
Os mesmos pesquisadores criaram um teste de urina que também é feito pelo celular. A pessoa mergulha um chip na amostra, tira uma foto com o celular e consegue na hora os resultados de dez exames. O teste diz, por exemplo, se tem sangue na urina e qual o nível de glicose. “Para dar o diagnóstico precoce, eu preciso de tecnologia. Mas a tecnologia para ser acessível tem que ser barata e é isso que a gente trabalha”, afirma o Francisco Irochima Pinheiro, idealizador do projeto.
No laboratório de inovação tecnológica em saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte estão sendo desenvolvidos 34 projetos. Um deles é o que faz com que o monitor de sinais vitais caiba na palma da mão. É como o monitor usado nas UTIs, basta colocar o sensor no dedo. Na tela do celular aparecem as informações sobre o batimento cardíaco, pressão arterial e nível de saturação de oxigênio. “Um equipamento desses, que custa R$ 24 mil, R$ 30 mil, a gente tem projetos de pesquisa para reduzir o custo para R$ 2,5 mil”, prevê Ricardo Valentim, coordenador do laboratório.
Um outro grupo da universidade criou, na internet, um cadastro de todas as crianças diabéticas do estado. Com isso, Ádila, que mora a 50 quilômetros de Natal e precisa viajar a cada quatro meses para ver um especialista, poderá se consultar com um clínico geral, em Maxaranguape, onde ela mora. Todas as informações sobre a menina e a conduta indicada em caso de emergência estão na ficha médica dela na internet. “O profissional, não especialista capacitado, vai fazer o atendimento e ele vai ter amplo acesso a uma supervisão compartilhada dos dados”, explica o endocrinologista pediátrico Ricardo Arrais.
Fonte: Jornal Hoje
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