O Havaí jamais sairá da memória de Gabriel Medina. Em Pipeline, nesta sexta-feira (19), ele se tornou o primeiro brasileiro a conquistar o título do Circuito Mundial de Surfe (WCT).
Medina, que chegou à ilha americana como líder do ranking da ASP (Associação dos Surfistas Profissionais), assegurou a conquista depois que o também brasileiro Alejo Muniz bateu o australiano Mick Fanning na repescagem (quinto round) por 6,53 a 2,84.
“E queria agradecer o trabalho que todos fizeram por mim. Queria agradecer minha mãe e meu pai. O que eu sonhava hoje se tornou realidade”, disse o brasileiro durante a bateria das quartas de final.
Mas o título mundial viria de qualquer forma, já que Gabriel Medina avançou até a final, resultado que precisava para não depender de Fanning. Na decisão, porém, perdeu para o australiano Julian Wilson (19,63 a 19,20), que de quebra também acabou ficando com o título da Tríplice Coroa Havaiana (Haleiwa, Sunset e Pipe Masters).
Com o título mundial, Gabriel Medina desbancou – além de Fanning – também o astro Kelly Slater, dono de 11 títulos, que acabou sendo eliminado da etapa ainda no terceiro round pelo mesmo Alejo Muniz.
“Não há como negar isso … esse cara se destacou durante todo o ano. Gabriel Medina é muito merecedor do Mundial, elogiou Slater.
Aos 20 anos (completará 21 no dia 22 de dezembro), Medina se iguala a Slater como o mais jovem a conquistar um título mundial.
Além disso, obtém outros feitos importantes. É o primeiro sul-americano na era do profissionalismo a levar a taça e apenas o terceiro nascido fora dos Estados Unidos, Austrália e Havaí a conseguir tal façanha. Os outros haviam sido o sul-africano Shaun Tomson (na IPS, em 1977) e o britânico Martin Potter (já pela ASP em 1989).
Medina teve um ano, de fato, especial. Em apenas sua quarta temporada completa no WCT, o brasileiro conseguiu três vitórias. Foi primeiro colocado nas etapas de Gold Coast (Austrália), Teahupoo (Taiti) e Fiji.
Seus piores resultados foram no Rio de Janeiro e em Peniche (POR), quando acabou eliminado logo na terceira fase, o equivalente à 13ª posição.
Até 2014, a melhor colocação de Medina no ranking mundial ao fim de uma temporada havia sido em 2012, quando acabou no sétimo posto. Em 2013, terminou somente em 14º.
Medina sai da água, comemora, volta e ainda vence bateria das 4ªs
As cores verde e amarela tomaram conta da praia logo após a confirmação do título de Medina, que deixou o mar durante sua bateria contra Filipe Toledo, pelas quartas de final, e seguiu para a areia para comemorar com a torcida brasileira. Restando apenas 13 minutos para o fim da prova, Gabriel voltou ao mar para continuar a disputa e, com 4,30 contra 3,27, levou a melhor sobre Filipinho, avançando assim à semifinal. Um momento épico.
Fonte: Uol
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