Gostaria que a humanidade me mostrasse na vivência,
onde colocaram o sentido do Natal.
Folheio jornais, leio livros, vejo televisão e cinema,
ouço pessoas, rádio e continua o mesmo mundo.
Entre tremores da terra e disfarçados temores
de perguntas formuladas à procura de formas,
busco o sentido dessa alegre luminosidade…
De presentes múltiplos, desejados, às vezes não precisados
que em breve estarão abandonados no velho sótão,
enquanto irmãos povoam as ruas e campos, nus, estendendo a mão
ou morrendo de fome debaixo de viadutos.
Jovens, velhos e adultos,
como conviver com a alegria de corações que deveriam usar luto?
De gastos astronômicos em comidas e bebidas,
que em grande parte serão desperdiçadas, mal usadas,
enquanto uma multidão, bem perto das ceias e festas,
comensais que buscam alimentação, sem exigir a especialidade destas,
imploram um mísero pedaço de pão e morrem sem encontrar uma fresca,
que traga o extermínio de sua desgraçada fome.
E a tão falada SOLIDARIEDADE DOS HOMENS?
De um turbilhão de mensagens e cartões – Lembrados os figurões
e esquecidos de todas as relações:
A prostituta imunda da lama ao lado;
O eternamente caído na calçada, de frustrações e males embriagado;
O menor abandonado, lixo postiço do estado.
Ah! É que eles não são amigos, nem tampouco importantes ou queridos,
são farrapos humanos, meros desconhecidos.
Entre nós e eles há humanos e desumanos,
Qual a sua classe? Qual a de seus ignóbeis manos?
Mas, em uma marginalizada manjedoura,
nasce uma luz, uma criança – novo pacto, nova aliança.
Tudo traduz o apelo de JESUS:
“MUNDO, EU SOU A ESPERANÇA!”
Por isso,
Não espere o próximo natal para abraçar a estendida mão
e, ainda que pós-natal, não permita o mal.
Não espere o próximo natal para comemorar o nascimento de JESUS,
ELE pode nascer toda manhã em seu coração
e fazer brilhar em você a infinita LUZ.
Não espere o próximo natal para ajudar seu irmão,
sem se importar com a cor, condição, sexo, ideologia política ou religião.
Faça dos seus dias sempre natal, numa devoção,
fazendo o bem sem predileção.
Por Décio Pereira – Dez/1982
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3 Comentários
Texto simplesmente fantástico!
Dez ja conhecia essa sua poesia, o q me comove é como ela se torna mais atual a cada ano
As pessoas só valorizam o ter, o ser, nada
Parabens, como Jancer falou, simplesmente fantástico
Q Deus lhe dê ainda mais sabedoria e q vc divida conosco
É dez
É Linda
Obrigado, acho q mudei minha visão sobre o Natal
É vivendo e aprendendo