Por: Décio Pereira
Foi apenas mais uma partida de futebol, como tantas mundo afora, como muitas que aconteceram ontem, no futebol do mundo inteiro. A diferença está nas torcidas das equipes que perderam. A torcida de Condeúba é diferente, ela ama, ela se envolve, ela vai ao estádio, ela grita, faz barulho e solta foguetes. Ela ri e por consequência, chora. Ela se encanta, ela fica feliz e, quando ocorre uma derrota, sofre.
Hoje acordei muito cedo, 6h, precisava trabalhar pois a vida não para Eu até queria que tivesse parado naquela cabeçada de Caio, pois se repetir o lance três vezes, aquela bola vai acabar entrando.
Fui para o trabalho e cada pessoa que encontrava, lamentava a nossa má sorte. Parecia o pós jogo, quando o Brasil perdeu para a Itália na Copa de 1982. A tristeza estava estampada no rosto da nossa torcida e a voz daqueles que empurravam nossa seleção estava diferente, estava rouca como todas as segundas em que a seleção de Condeúba jogou domingo, mas além de roucas, estavam tristes.
Encontrei o nosso valente Prof. Bem, nosso comandante e ele me confessou: “Não dormi nada. Cada lance tá vivo na minha mente e eu ainda não consigo acreditar.”
Encontrei Chico Lima da Rádio Liberdade FM, vestido com a nossa camisa laranja, o nosso manto sagrado.
“Que torcida é essa meu irmão! O time perde e ela amanhece vestida com suas cores. Chora, entristece, lamenta…mas tem um baita orgulho em ser um torcedor da seleção de Condeúba.
Uma torcida que foi ao vestiário do time, dizer: “estamos juntos. Vocês são guerreiros. Obrigado Seleção.”
O certo é que Condeúba amanheceu atordoada. A confiança no time era muito grande. O time dava ao torcedor a certeza da Vitória, com suas atuações e com a dedicação jamais vista em nossa cidade, de um elenco acima da média.
João da Seleção chorou, não dormiu e nem sabe que dia vai dormir. Ele me disse que não importa, ele quer saber que dia tem treino da seleção, ele quer rever os seus amigos, como ele diz: “Os parças”.
“…me diz agora o que faço, nas tardes de domingo, sem jogo da minha seleção. O que farei sem aqueles guerreiros, vestidos com armaduras laranjas, e que enchiam minha vida de emoção…”
Porém, os deuses do futebol falam outra língua e às vezes são ingratos com alguns times. Ontem foi a nossa vez de provar o gosto amargo da derrota.
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UM Comentário
É parece que o tão falado grupo da morte não era o de condeúba, mas sim o de Belo campo, Tremedal, Cândido Sales e Piripá. Pois dos quatro, três estão nas semi finais da copa.