A prevalência da hipertensão arterial é crescente, alcançando cerca de 30% da população adulta no mundo. O incremento com a idade pode chegar a mais de 50% após os 60 anos. No Dia Nacional de Prevenção e Combate a Hipertensão Arterial, 26 de abril, o cardiologista Carlos Sousa, apresenta um dado da Organização Mundial de Saúde (OMS) ainda mais alarmante: 5% das crianças e adolescentes são considerados pré-hipertensos.
“Dados mundiais revelam que 7 milhões de pessoas no mundo morrem a cada ano e 1,5 milhão adoecem de hipertensão arterial. É uma epidemia global”, alerta o especialista do Hospital Cárdio Pulmonar. Entre a população brasileira adulta a hipertensão está intimamente relacionada a 40% dos infartos, 80% dos acidentes vasculares cerebrais e 25% dos casos de insuficiência renal terminal.
No Brasil, ocorrem 315 mil óbitos por ano decorrentes de doenças cardiovasculares, dos quais mais da metade estão relacionados à hipertensão. “Esta é, ainda, a principal causa de doença renal crônica em nosso meio, com 10 mil mortes anuais e inclusão de 95 mil pessoas em programa de diálise ou filas de transplante”, acrescenta o cardiologista.
Controle
Mais conhecida como pressão alta, a hipertensão é uma doença crônica que se caracteriza por um aumento na resistência dos vasos sanguíneos ao fluxo do sangue gerado pelo batimento cardíaco. Na maioria das vezes, a hipertensão não apresenta sintomas, é um inimigo silencioso que, se não tratado adequadamente, causa danos nas artérias e órgãos vitais. “Os percentuais de aderência ao tratamento giram em torno de 10 a 20% da população portadora de hipertensão. Quando não tratada de forma eficaz, a expectativa de vida do paciente pode ser reduzida em até 16 anos”, afirmou o especialista.
De acordo com o cardiologista Carlos Sousa, uma grande inquietação para os profissionais de saúde é o tratamento inadequado da hipertensão arterial. Pesquisas apontam que menos de 20% dos pacientes estão adequadamente controlados. “As novas evidências científicas afirmam, que além do tratamento medicamentoso, devemos implementar as medidas não farmacológicas, como mudança de estilo de vida”, orienta.
Há estudos que comprovam a relação entre o consumo de sal e a hipertensão. Assim, uma das primeiras orientações é o controle da alimentação. A Organização Mundial de Saúde orienta um consumo de no máximo cinco gramas de sal, o que corresponde a dois gramas de sódio por dia. O consumo médio no Brasil corresponde ao dobro ou triplo do recomendado.
“Cerca de 10% dos casos de hipertensão tem cura, portanto tem uma causa que, ao ser eliminada, pode deixar o paciente sem necessidade de medicação”, afirma o cardiologista. Dentre as causas, temos estreitamento da artéria renal, alterações da glândula suprarrenal, obesidade mórbida e apnéia do sono. Os outros 90% dos casos buscam apenas controle através do adequado uso dos medicamentos e na busca contínua de um estilo de vida saudável. “Assim, o hipertenso reduzirá as complicações causadas pela hipertensão principalmente nos órgãos alvo, como coração, rins e cérebro. O tratamento da hipertensão arterial é para toda a vida”, ensina o médico.
Fonte: Bocão News
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