Empatia, resiliência, tolerância: como ensinar habilidades emocionais para crianças?

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Foto: D Sharon Pruitt / Wikimedia Commons

Tão importante quanto as habilidades mentais, a inteligência emocional precisa ser, da mesma forma, ensinada, treinada e estimulada. Com a base sentimental bem estabelecida, as crianças se tornarão adultos seguros, tranquilos e terão mais êxito em superar adversidades e conquistar seus objetivos de vida.

O blog Desenvolvimento Infantil da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal fez um apanhado das principais habilidades e dá dicas de como os pais podem agir para promovê-las no desenvolvimento de seus filhos:

Autoconfiança

Ressaltar as qualidades da criança e mostrar que você acredita na capacidade dela é a chave para que ele faça o mesmo. Na hora de repreendê-la, por exemplo, foque apenas no comportamento ruim. Nada de rotulá-la. Dizer que naquele momento ela está tendo uma atitude de teimosia é diferente de dizer que ela é teimosa, o que pode levá-la a ser mais teimosa ainda, já que passará a acreditar que ela é assim e ponto. Elogios em excesso também não são aconselháveis, porque podem despertar a arrogância ou tornar a pessoa despreparada para ouvir críticas. Para ajudar a construção da autoconfiança, a criança precisa saber que conta com o adulto para realizar tarefas cotidianas, mas ela tem de ter autonomia para fazer essas atividades sozinha e a sua maneira.

Coragem

Medo é um sentimento natural. Mas, é preciso aprender a enfrentá-lo, seja ele qual for (do escuro ou de uma prova na escola). É importante que a criança tenha espaço para falar de seus medos e consiga entender o que está sentindo. Use livros e filmes que abordem o tema. É importante fortalecer a coragem para que a criança – e depois o adulto – possa vivenciar desafios e perseguir objetivos.

Paciência

Crianças são impacientes. Isso é fato. Por isso, desde pequenas, é preciso que aprendam a ter paciência, saber que não é possível controlar tudo e que esperar faz parte da vida. Uma boa dica é ressaltar a paciência durante brincadeiras e jogos ou na contação de histórias, onde cada um precisa esperar a sua vez, tanto para brincar como para falar e ser ouvido.

Persistência

Nas várias etapas do desenvolvimento infantil, a criança precisa ser persistente para superar uma nova etapa (engatinhar, andar, subir, descer). Por isso, é importante estimulá-la a encarar os desafios e vencê-los. Muitos adultos têm a tendência de querer fazer pela criança, o que é um erro. Na verdade, ela precisa de estímulos para entender que se não conseguiu na primeira ou segunda vez, tem de tentar mais, até conseguir.

Tolerância

A convivência com outras crianças traz à tona as diferenças de realidades e comportamentos. É importante que a criança aprenda e aceite a diversidade. Se isso for trabalhado desde cedo, a convivência será natural e tranquila. Por isso é importante criar oportunidades de interações com jogos coletivos, por exemplo, para que a criança comece a conhecer tanto as regras quanto as necessidades dos outros. O exemplo dos adultos é outro estímulo para que a criança acolha as diferenças, inclusive preparando-a para respeitar idosos e pessoas mais novas.

Autoconhecimento

As questões existenciais (quem sou eu, do que gosto e assim por diante) surgem na criança por volta dos três anos. É quando também vai expressar suas vontades, expondo razões concretas. É dessa maneira que a criança irá se apropriando de si mesma, que terá mais subsídios para estabelecer relações, agindo com mais segurança. Nessa fase, é importante estimulá-la a perceber quais são suas preferências, oferecendo opções para que ela escolha e explique o porquê dessa escolha.

Controle dos impulsos

Esperar para ter o que quer. Essa atitude nem sempre é fácil de ensinar à criança que, muitas vezes, por exemplo, teima em comer o doce antes da refeição. Mas, é importante que ela consiga ir se apropriando de uma postura mais controlada para estar preparada ao futuro, em que esse controle será exigido em várias situações, sociais e profissionais.

Resiliência

Ouvir ‘nãos’ é complicado para qualquer um. Para a criança, então, é mais difícil ainda. Mas, ela precisa se acostumar com essa palavrinha que, a muitos adultos, custa a sair, porque sentem pena e preferem dizer ‘sim’. Uma conduta que precisa ser evitada. As pequenas frustrações é que vão preparar a criança para lidar com adversidades da vida e servirão como fonte de crescimento e aprendizado.

Comunicação

Travar conversas com a criança para saber de seu cotidiano é um ótimo estímulo à comunicação, quando aprenderá a organizar pensamentos, transformando-os na expressão oral. Ler livros com a criança e pedir que reconte histórias também é uma boa estratégia. E os estímulos devem começar quando ainda é bebê, já que ele se manifesta por gestos. Estimulá-lo a verbalizar o que sente é superimportante.

Empatia

Até por volta dos dois anos, a criança só consegue ver as coisas a partir da sua perspectiva. Depois, ela passa a conseguir se colocar no lugar do outro, exercitando a empatia. Mas, a criança só vai entender o outro se souber reconhecer, nomear e expressar as próprias emoções. Em uma situação de conflito, vale questioná-la sobre os motivos que a levaram a agir de determinada forma, como se sentiu e como imagina que a outra pessoa envolvida está se sentindo com a situação.

Com estas dicas, fica mais fácil ajudar os pequenos a se prepararem melhor para a vida.

Fonte: EBC

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