Atlas da Violência: veja quais são 10 municípios mais violentos do país; oito estão no Nordeste

Do ranking dos dez municípios mais violentos do país, oito estão situados na região Nordeste, segundo o Atlas da Violência 2017, divulgado nesta segunda-feira (5).

O estudo, que analisa os dados mais recentes do Ministério da Saúde, referentes ao ano de 2015, utiliza como critério a soma das taxas de homicídio e de mortes violentas com causa indeterminada (índice classificado pela sigla “MVC. São consideradas apenas as cidades que possuem população superior a 100 mil habitantes.

Apesar da predominância do Nordeste, o município que lidera este ranking é Altamira, no Pará. Em 2015, tinha pouco mais de 108 mil pessoas e uma taxa de homicídio somada com as MVCI calculada em 107 –quase dez pontos a mais do que Lauro de Freitas, na Bahia, que ficou na segunda colocação (97,7).

Veja a seguir o ranking das cidades mais violentas:

1º – Altamira (Pará), com taxa de 107 homicídios por 100 mil habitantes

2º – Lauro de Freitas (Bahia), taxa de 97,7

3º – Nossa Senhora do Socorro (Sergipe), com 96,4;

4º – São José de Ribamar (Maranhão), com 96,4;

5º – Simões Filho (Bahia), com 92,3;

6º – Maracanaú (Ceará), com 89,4;

7º – Teixeira de Freitas (Bahia), com 88,1;

8º – Piraquara (Paraná), com 87,1;

9º – Porto Seguro (Bahia), com 86,0;

10º – Cabo de Santo Agostinho (Pernambuco), com 85,3.

Altamira e a explosão da violência após Belo Monte Nos anos 2000, em Altamira, cidade pacata no centro do Pará, havia paz às margens do rio Xingu. A rotina de calmaria, porém, foi terminando ao mesmo tempo em que era erguida a usina de Belo Monte. Desde o anúncio da obra, o município passou a viver uma explosão de violência que o fez ingressar na lista das dez cidades com maiores taxas de homicídios do país.

“Os resultados indicaram, a partir do início da construção da usina, um vigoroso crescimento da violência, que atinge a população nos cinco municípios diretamente afetados pelo projeto em dimensões proporcionalmente muito maiores do que acontece em outras sub-regiões do Estado do Pará”, aponta o artigo “A Hidrelétrica de Belo Monte e Seus Efeitos na Segurança Pública”, dos pesquisadores João Francisco Garcia Reis e Jaime Luiz Cunha de Souza Professor, da UFPA (Universidade Federal do Pará).

“Tais municípios tiveram sua estrutura social, econômica e ambiental profundamente alterada com a chegada das empreiteiras encarregadas da construção e a migração de grandes contingentes de pessoas oriundas de todas as partes do Brasil”, complementa.

Além de Altamira, a cidade de Piraquara, no Sul, destoava da tendência observada no ranking. O município paranaense tem a menor população (104.481 pessoas) entre os dez mais violentos.

Na lista das 30 cidades com a maior soma da taxa de homicídios e das mortes violentas sem causa determinada, segundo o Atlas da Violência, o Norte e o Nordeste do país possuíam 22 municípios neste ranking.

No estudo, os pesquisadores afirmam que a violência cresce à medida que “as transformações urbanas e sociais acontecem rapidamente e sem as devidas políticas públicas preventivas e de controle, não apenas no campo da segurança pública, mas também do ordenamento urbano e prevenção social”. “Ou seja, a qualidade da política pública é um dos elementos cruciais que podem conduzir à diminuição das dinâmicas criminais.”

Na outra esfera de análise, o Atlas da Violência elencou os 30 municípios que eram considerados, em 2015, os mais “pacíficos” do país –também considerando apenas aqueles com mais de cem mil habitantes.O destaque foi Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, com índice de 3,7 (taxa de homicídios somada com MVCI).

No geral, no ranking das 30 cidades com melhores resultados, a maioria estava no Sudeste (24 municípios, dos quais 19 em São Paulo).

Fonte: UOL

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