Por: Décio Pereira
Tínhamos uma brincadeira que nem nós sabíamos a origem: sempre que nos encontrávamos, independente da hora, local ou circunstância, dizíamos um para o outro “4 horas, vê se não atrasa, 4 horas”. Dessa forma nos cumprimentamos por anos a fio. Não sei exatamente o horário, mas foi perto das 4h da tarde de hoje, que o meu amigo Vadão se foi.
Osvaldo dos Santos Ferreira Porto, 59 anos de uma vida onde a tranquilidade sempre foi sua marca registrada. Um homem de poucas palavras; um artista dos maiores que já vimos em Condeúba, na arte de conversar através de uma bateria (instrumento musical), ali, num banquinho e com duas baquetas em movimentos frenéticos, ninguém falou tanto como ele. Tinha a capacidade ímpar de tocar, sem sair do ritmo, mesmo quando bebia. Se levantasse do banco cairia, mas do ritmo não saía. Mágico com as baquetas e sua bateria.
Tocou no fantástico conjunto Apolo 11; torcedor fiel do Juventude; Um homem que pouco conversou, mas disse muito com sua vida, poucos em Condeúba não conheceram Vadão, que hoje por volta das 4h da tarde nos deixou e foi tocar junto com os anjos. É com imenso pesar, com muita tristeza que me despeço do amigo Vadão. Irmão, vá em paz e não se esqueça: haveremos de nos encontrar às 4h de algum dia.
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UM Comentário
Descanse em paz amigo Vadão, que com a sua arte encantou toda uma geração de condeubenses. Deus conforte o coração dos familiares.