O julgamento de um caso de homicídio terá, pela primeira vez no Brasil, tradução em Libras (Língua Brasileira de Sinais), na vara do Júri de Itabuna, no sul da Bahia, na manhã desta terça-feira (29). De acordo com o Tribunal de Justiça da Bahia, a iniciativa partiu da juíza titular da unidade, Márcia Cristie Leite Vieira Melgaço, e tem o objetivo de promover a inclusão de pessoas com deficiência auditiva no judiciário. Segundo o TJ-BA, este será o primeiro júri realizado no Brasil que contará com a presença de tradutores especializados em Língua Brasileira de Sinais. Antes disso, houve apenas uma audiência realizada no Superior Tribunal de Justiça (STJ) com a presença de tradutores, uma vez que foi pleiteada por uma pessoa portadora de deficiência auditiva.
O julgamento acontecerá no salão do Júri do Fórum Rui Barbosa, nesta terça-feira, e contará com três professores/tradutores da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Wolney Gomes Almeida, Neuma Souza Santos e Thais Campos de Jesus que irão se revesar na plenária, a cada duas horas. De acordo com o TJ-BA, os tradutores participaram de reuniões prévias com a juíza presidente Vieira Melgaço, o promotor de Justiça, Rafael Lima Pithon e o defensor público, Hamilton Gome para orientar os dois últimos a utilizar uma linguagem mais simples e falarem mais pausadamente, enquanto os professores acompanham os autos processuais para fazer a tradução. O processo foi escolhido por ter somente um réu e um número menor de testemunhas. O TJ-BA informou que o júri desta terça não terá a presença de deficientes auditivos, mas a iniciativa abre portas para que algum jurado com essa deficiência possa participar de um júri futuramente.
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