A crise no ensino de Matemática desde a educação básica

A crise no ensino de Matemática desde a educação básica, ou o ensino de  Matemática está em crise, e isto não é invenção ou qualquer delírio. O reforço desta afirmativa tem sua gênese nos dados do Sistema de Avaliação desde a  Educação Básica (SAEB). Na última avaliação os resultados são preocupantes segundo dados do MEC e do Inep, alunos no ensino médio não aprende o básico de Matemática. Mas porque os alunos no ensino médio não aprende o básico em matemática?

Os governantes pouco se preocupam com o resultado divulgado nos últimos meses, ou alguém acha que a sociedade também se preocupa? Num país onde se investe em futebol e política, e muito pouco na educação. Mas dessa vez os resultados são preocupantes na avaliação do MEC e do Inep. O ensino médio no Brasil está “absolutamente falido e no fundo do poço”.  A declaração é do Ministro da Educação, Rossielli Soares, durante a divulgação do SAEB, Sistema de Avaliação da Educação Básica em Brasília. Foi revelado que sete em cada dez estudantes do ensino médio no Brasil têm aprendizado insuficiente. Para o ministro, a situação é lamentável.

De acordo com Marcelo Viana em seu artigo no Jornal Folha de São Paulo, “no início do século 20, a matemática atravessava uma crise grave. No século anterior, a disciplina tivera um desenvolvimento extraordinário, tornara-se mais poderosa e mais abstrata. Era necessário organizar e apoiar esse conhecimento em bases sólidas e garantir que não continha contradições”.

Um bom modelo de organização já havia sido inventado na antiguidade, pelo matemático helenístico Euclides. Em seu tratado “Elementos”, formulou cinco afirmações que considerava intuitivamente evidentes.

Deparamos com pessoas que não sabem dominar as quatro operações matemáticas, ou seja, pessoas que não sabe tabuada. O método tradicional é criticado, mas é dele que surge o aprendizado, como esforçar para decorar a tabuada.

Quando aprendemos algo, nós não esquecemos, pois a aprendizagem acorre através de mudança de comportamento, exemplo quando eu aprendo a andar de bicicleta ou dirigir não esqueço. Já quando decoramos uma coisa, um texto ou algo semelhante, não existe uma mudança de comportamento, nosso cérebro grava, mas esquece, pois é algo passageiro. É o que acontece com os alunos, eles apenas decoram e esquecem.

Os alunos apenas decoram as matérias para tirar a nota e passar de um ano para o outro. Quando chegam ao ensino médio eles não lembram mais o que “aprendeu” pois não aprenderam”.

Realizada a cada dois anos pelo INEP, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira,a avaliação mostra que a qualidade do ensino médio não teve melhoras e continua basicamente a mesma, desde 2009. O INEP concluiu que o ensino médio é o que menos agregou ao conhecimento dos estudantes e isso pode afetar a formação deles para o mercado de trabalho e, consequentemente, o desenvolvimento social e econômico do Brasil.

No ensino básico geral, o Brasil alcançou nível dois, em uma escala que vai de zero a dez, o que é considerado insuficiente para o desenvolvimento cognitivo dos estudantes de todas as etapas da educação básica.

O estudo apontou, também, que nenhum estado das Regiões Norte e Nordeste está entre os melhores desempenhos de estudantes, em português e Matemática.

No ensino fundamental, os alunos do quinto e do nono ano não passaram do nível quatro, o que continua sendo insuficiente. Os melhores índices estão nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina, acima da média nacional em todas as etapas do ensino básico.

Já nos anos iniciais do ensino fundamental, todos os estados do país apresentaram melhora em 2017, em comparação com 2015, em língua portuguesa.

Para o ministro da educação, a má qualidade no ensino médio começa lá atrás, na educação infantil. Além disso, ele argumenta que a reprovação dessas crianças no ano letivo não garante o aprendizado.

A desigualdade social também foi um fator preocupante, apontado pelo estudo do INEP. No ensino médio, por exemplo, o Distrito Federal teve a maior diferença na aprendizagem, entre os estudantes de escolas com nível socioeconômico mais baixo e mais alto, tanto em Português quanto em matemática. Também no ensino médio, o levantamento mostrou que o desempenho das escolas de pior nível socioeconômico do Espírito Santo é o mesmo das escolas com o melhor nível, no Amapá, em relação a matemática.Essa desigualdade socioeconômica é menos marcada no estado do Ceará.

Participaram da avaliação, quase cinco milhões e meio de estudantes, em mais de 70 mil escolas de todo o país. Os dados são relativos a 2017 e a avaliação é feita a cada dois anos. Será até quando irá pendurar esta crise no ensino da Matemática.

Fonte: Rádios EBC

Texto adaptado por Valdivino Sousa

 

Valdivino Sousa

Valdivino Sousa é Professor, Matemático, Pedagogo, Contador, Bacharel em Direito, Psicanalista e Escritor. Criador do método X Y Z que facilita na aprendizagem de equação e expressão algébrica com objetos ilustrativos. Autor de mais de 15 livros e têm vários artigos publicados em revistas e jornais. É programador Web e editor do blog Valor x Matemática Computacional, Produtor de Conteúdo e Colunista Mtb 60.448. Semanalmente escreve para o portal D.Dez, R2 Nacional e Opa! Já Publiquei, sobre: Comportamento, Educação Matemática e Desenvolvimento da Aprendizagem. Site: https://www.matematicosousa.com.br E-mail: valdivinosousa.mat@gmail.com Cel Whatsap: 11–9.9608-3728
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