Por: Luiz Ricardo Viana Matos de Jesus
O número de trabalhadores encontrados em condições análogas às de escravo chegou a 1.723, em 2018. É o que mostram dados da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), ligada ao Ministério da Economia. Segundo o levantamento, foram flagrados 1.200 trabalhadores em condições análogas às de escravo no meio rural enquanto que na área urbana foram registrados 523 casos. Esses números representam um aumento de 267% em relação a 2017, quando houve 645 resgates.
Hoje (28 de janeiro), é o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo. Entre as atividades econômicas com maior número de trabalhadores nessas condições estão pecuária e cultivo de café. Segundo dados do Observatório Digital do Trabalho Escravo no Brasil, 30,9% dos trabalhadores em condições análogas às de escravo são analfabetos e 37,8% possuem até o 5º ano incompleto.
No ano passado, o Ministério Público do Trabalho (MPT) recebeu 1.251 denúncias, ajuizou 101 ações civis públicas e celebrou 259 termos de ajuste de conduta (TACs) relacionados a trabalho escravo. Ainda de acordo com o MPT, existem atualmente 1,7 mil procedimentos em investigação e acompanhamento nas 24 unidades do MPT espalhadas pelo país, envolvendo trabalho análogo ao de escravo, aliciamento e tráfico de trabalhadores para a escravidão. Desse total, 37 casos são monitorados pelo MPT em Mato Grosso do Sul.
De 2003 até julho de 2018, foram realizadas 94 operações no Estado, resultando em 3.998 trabalhadores resgatados, sendo 15 adolescentes menores de 18 anos. Nesse mesmo período, 44,2 mil trabalhadores foram resgatados e libertados do trabalho escravo no Brasil ou de atividades análogas à escravidão. Segundo dados do Observatório Digital do Trabalho Escravo, isso significa uma média de pelo menos oito trabalhadores resgatados a cada dia.
Fonte: Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul, com dados da Procuradoria-Geral do Trabalho
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