Por: Agnério Evangelista de Souza
Queridos Conterrâneos
Eis que estamos aqui para comemorar o grande Primeiro Encontro do Revivendo Condeúba. Encontro é definido no dicionário como ação ou efeito de encontrar-se, de achar, de descobrir. A ideia brilhante de Marilene Borborema em criar um grupo de condeubenses pelo zap foi magnífica. Aos poucos, pessoas de Condeúba ausentes da terra por muito tempo, foram achadas e adicionadas ao grupo e a comunicação se espalhou por esses dois anos de contato. A comunicação nos fez amigáveis e saudáveis, e assim, podemos achar os filhos de Seu Izalto: Pedro Massinha, Elvarlinda Jardim e irmãos; os filhos de Seu Leozino: Renato Dourado, Zé e irmãos; os irmãos de Modestinho: Renato Moraes, Jazinha e irmãos; os netos de Clemente Lord: Eduardo Viana, Roberto Tadeu; os filhos e netos de Seu Artur Viola: Raimundo Laser, Sônia Ribeiro e irmãos, os filhos e netos de Seu Zeca de Santa: Saul (in memória), Célio, Maria Angélica e irmãos; a filha de Seu Abdias: Custódia Santos, que, juntamente com a turma de Condeúba nas pessoas de Rita Lauton, Afonso, Quinho e irmãos, Luciene Farias, Clodoaldo, Lia e Isabel de Seu Anito, Lindauro e Marilene Borborema, Paulo Henrique, Agnério Souza e outros tantos com o apoio do Prefeito Silvan Baleeiro a quem muito agradecemos, pudemos promover esse magnífico Encontro , nesta época do ano, justamente para nos rever, abraçar, conversar, congratular, matar as saudades da terra e deixar a nossa marca ao descerrar esta placa. Nossos agradecimentos também se estendem aos diversos patrocinadores e colaboradores deste Achamento. Em nome da Comissão Organizadora, gratidão, gratidão.
Conterrâneos, nas mensagens pelo zap, não nos esquecíamos das principais figuras folclóricas de nossa sociedade com as quais convivemos; Sinhaninha Balão figura indígena inesquecível; Tetê engraçadíssimo, o pedinte Neo, homem simples e humilde, saía de porta em porta batucando uma latinha a pedir esmolas. Quando faleceu, teve o acompanhamento da Filarmônica Santa Cecília até o Cemitério Municipal. Seu Denério tão desfigurado como o corcunda de Notre Dame o qual era conduzido por Fiim em um carrinho de bode até a feira de Condeúba. Do próprio Fiim ficou uma quadra sensual: “Pipoca, mindubim torrado, encontrei Fi fi com o “to be” pelado”. Do reiseiro Maracá e sua dança com facões metálicos estridentes. De Maria de Leá e dona Maria Sofia ninguém dos mais idosos esquece.
Condeubenses queridos, aqui está o majestoso Paço Municipal de cujos registros estão grafados em nosso livro: Condeúba, sua história, seu povo. Ali está o casarão de Dr. Osvaldo Torres, acolá está a grandiosa Igreja Matriz de Santo Antônio, nosso excelso padroeiro cujo templo contém a história mais verdadeira, mais digna de nossa urbe. Fomos criados e educados seguindo os princípios morais e religiosos tão bem ensinados pelo saudoso Monsenhor Waldemar Moreira da Cunha. Esses edifícios de construção barroca são prédios históricos e fazem parte de nosso patrimônio cultural e arquitetônico. Outros prédios antigos foram demolidos como o dos Correios e Telégrafos, o Clube Social, sede da Filarmônica e palco de memoráveis carnavais nas décadas de 50, 60 do século XX.
Amigos e amigas, o Rio Gavião continua o mesmo, porém não é mais aquele em que outrora tomávamos banho, pescávamos as piabas, bagres, chirrites, as mulheres lavavam roupas e as meninas pratos deixando metade dos talheres descer rio abaixo. O Rio está todo assoreado na zona urbana. A Barragem de Condeúba continua bela e formosa. Ali três infinitos se encontram e nos envaidece com a grandeza de Deus: embaixo o azul da água, acima o azul do céu e o verde das plantas no seu entorno. Magníficos, belos, resplandecentes dignos de fotos e vídeos.
Conterrâneos, a Escola Dr. Tranquilino Torres mantém o seu frontispício no original. Por lá passaram todos nós, pois foi lá que estudamos o antigo Curso Primário e o Ginásio, hoje, Ensino Fundamental I. Nunca nos esqueceremos de brilhantes mestras que lá tivemos: Professora Maria Miranda, Laura Ferreira, Laura Oliveira, Dulce Faria, Ivete Borborema, Nilza de Chiquinho, Margarida Ferreira, Menininha Viana, Alice e tantas outras mestras que por lá passaram. O Tranquilino merece o nosso abraço. Quem não se lembra de que para entrar na sala de aula formavam-se duas filas, meninos de um lado e meninas de outro para entoar o Hino Nacional Brasileiro, e ao sair, as mesmas filas para cantar outro hino, poderia ser o Hino da Bandeira, o Hino da Independência ou o da República.
Meus queridos, nossas principais festas religiosas ainda existem, graças a Deus, A Semana Santa, depois da pandemia, reúne mais de quatro mil pessoas na Sexta-feira da Paixão, a Festa de Santo Antônio com seu trezenário, a cada ano fica mais movimentada, a Festa do Bom Jesus e a de Nossa Senhora Aparecida juntam multidões nas celebrações. As tradições juninas com fogueiras, fogos de artifício, biscoitos, assados e muito forró fazem a diversão do povo e a alegria dos que chegam para rever familiares.
Conterrâneos queridos, as considerações, lembranças e registros são inúmeros, aproveitemos essa oportunidade e revivamos nossa história. Sintam-se todos acolhidos, abraçados, amados, agraciados, sejam bem-vindos a estas terras sagradas do sertão, a esta cidade hospitaleira que é a terra de todos nós.
VIVA CONDEÚBA!
Condeúba, 20 e 21 de Junho de 2023
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