A Polícia Civil prendeu na manhã desta quarta-feira (16), na cidade de Brumado, no centro-sul do estado, Tiago Zanfolin, de 26 anos. Ele é um dos investigados pelo crime de injúria racial contra a atriz Taís Araújo e a jornalista Maria Júlia Coutinho, ambas da TV Globo.
A Operação Cyberstalkin é uma ação da Polícia Civil do Rio de Janeiro, em parceria com Bahia. Outros mandados de prisão e apreensão também foram cumpridos em São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.
Zanfolin é funcionário de uma loja de venda e manutenção de equipamentos de informática e estava em casa quando foi preso. Segundo a polícia, ele não esboçou nenhuma reação e foi preso temporariamente. No imóvel, foram apreendidos um notebook, uma CPU e um celular.
Segundo o delegado Leonardo Rabelo, coordenador da 20ª Coordenadoria da Polícia Civil no Interior (Brumado), Zanfolin é integrante de uma organização criminosa, que, pela internet, fez vários ataques racistas contra atrizes, jornalistas e apresentadoras, como Taís Araújo, Sharon Menezes, Chris Vianna, Maria Júlia Coutinho, Xuxa Meneghel e Angélica. Zanfolin deve responder pela prática dos crimes de injúria racial, racismo e associação criminosa.
No total, 11 mandados de busca e apreensão e quatro de prisão em seis estados foram cumpridos na manhã de hoje. A investigação foi realizada pela Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), do Rio, e, em Brumado, contou com o apoio das unidades policiais da 20ª Coorpin.
Ataques na web
Taís Araújo se tornou alvo de comentários racistas, em outubro do ano passado, em uma foto no Facebook. A publicação recebeu os comentários preconceituosos de diferentes perfis. Após o racismo, a hashtag #SomosTodosTaisAraujo, em defesa da global, virou o assunto mais comentado no Twitter.
“Absolutamente tudo está registrado e será enviado à polícia federal. E eu não vou apagar nenhum desses comentários. Faço questão que todos sintam o mesmo que senti: a vergonha de ainda ter gente covarde e pequena nesse país, além do sentimento de pena dessa gente tão pobre de espírito”, escreveu Taís na época.
Entre os termos utilizados pelos internautas que atacaram a atriz estão “cabelo de esfregão”, “negra escrota” e “macaca”. “Entrou na Globo pelas cotas”, disparou um usuário do Facebook. “Já voltou pra senzala?”, comentou outro.
Em julho do ano passado, a jornalista Maria Júlia Coutinho também foi vítima de racismo na internet. Na ocasião, o “Jornal Nacional” abordou o assunto e Willian Bonner mostrou apoio à colega do telejornal utilizando o termo #SomosTodosMaju.
“Só conseguiu emprego no ‘Jornal Nacional’ por causa das cotas. Preta imunda”, dizia um dos comentários. “Não tenho TV colorida para ficar olhando essa preta não”, escreveu outro internauta.
Maju se manifestou e afirmou que está acostumada a lidar com o racismo. “Eu já lido com preconceito desde que eu me entendo por gente. Claro que fico indignada e triste com isso, mas eu não esmoreço”, afirmou a jornalista.
Em novembro, a atriz Cris Vianna também foi alvo de comentários racistas em uma foto, postada em setembro, na sua página oficial no Facebook. “Já usou esse cabelo para lavar a casa hoje, africana?”, disse um usuário. Depois, em dezembro, a atriz Sheron Menezes recebeu diversas mensagens no Instagram. O artista publicou um texto fazendo um desabafo sobre o acontecimento.
“Desprezíveis Racistas, não adianta entrar na minha página e escrever absurdos, xingamentos e agressões pois vão ter que engolir a mim e a tantas outras pessoas negras em nosso país!”, escreveu Sheron.
Fonte: Correio
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2 Comentários
SINTO-ME TRISTE ,PORQUE NÓS BAIANOS SOMOS O COMEÇO DO BRASIL ..SOMOS TÃO MISCIGENADOS, QUE NÓS NUNCA DEVERIA-MOS PREGAR O O RACISMO , MAIS QUE CUMPRA A LEI, E QUE TDS NÓS SAIBAMOS QUE PELE NÃO FAZ A PESSOA ..MAIS SIM A ÍNDOLE .
Pegasse uns longos anos de cadeia, serviria de exemplo pra outros babacas. Infelizmente, no Brasil a impunidade reina.