Por 264 votos contrários à denúncia, 227 a favor, 2 abstenções e 19 ausências, o Plenário não autorizou a abertura do processo contra o presidente Michel Temer no Supremo Tribunal Federal. A sessão desta quarta-feira (2) durou quase 13 horas.
Antes do início da votação, os partidos encaminharam como as bancadas deveriam votar. PMDB e PP, por exemplo, fecharam questão e podem punir os deputados que votaram contra o presidente. Já o PSDB, com quatro ministros no governo, surpreendeu ao recomendar o voto a favor da denúncia. Isso porque na votação da CCJ, a Comissão de Constituição e Justiça, o partido tinha liberado a bancada e o relatório aprovado é o de um tucano, o deputado Paulo Abi-ackel, de Minas Gerais.
Na defesa do presidente, o deputado Hildo Rocha (PMDB) argumentou que a mala encontrada com Rocha Loures não foi entregue a Michel Temer. Já para o deputado Alessandro Mollon (Rede), a denúncia deveria ser aberta no Supremo.
Após os encaminhamentos dos líderes, os deputados votaram um a um no microfone do Plenário. A votação durou quase quatro horas. Entre os principais argumentos usados pelos governistas, estava a questão econômica, como explicou o deputado Marcus Vicente (PP). Entre os argumentos da oposição estavam as políticas do governo, como defendeu o deputado Marcos Maia (PT).
A sessão foi marcada ainda por bate-bocas e empurra-empurra. Deputados trocaram provocações. O líder do PT, Carlos Zarattini, chegou a puxar da mão do deputado Wladimir Costa (Solidariedade) dois bonecos infláveis do ex-presidente Lula. Uma mala com dinheiro fictício também foi jogada de um lado para o outro. O chão do plenário ficou repleto de notas falsas. O presidente Rodrigo Maia precisou intervir.
Com a Câmara rejeitando a abertura da denúncia no Supremo Tribunal Federal, Michel Temer só poderá ser investigado por corrupção passiva quando terminar o mandato, em 2018.
Fonte: Agência Brasil
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