A adolescente Manu Bispos, de 14 anos, lançou o primeiro livro nesta semana. A garota que mora na cidade de Ipiaú, sul da Bahia, já escreveu nove livros. A primeira publicação foi realizada com a ajuda de um ex-professor. O livro “Melissa – Problemas de uma antissocial” conta a história de uma jovem que que não cria muitos laços afetivos porque acompanha o pai, que precisa mudar de cidade muitas vezes por conta da profissão. “Eu acho que todas as personagens que eu faço têm um pouco de mim, têm um pouco da Manu. Então, eu acabo criando várias versões de mim mesma”, revela a jovem escritora. Manu mora no bairro Aloísio Conrado, com a mãe, e tem muitos livros na estante do quarto. As escolhas são variadas. “Desde alto-ajuda até mistério”, revela. A paixão pela leitura ela herdou da mãe, dona Valdice, que sempre gostou de ler, e contava histórias para Manu quando ela ainda estava na barriga. “Eu via meu pai lendo eu via minha mãe lendo. Isso me cativou, aprendi a amar a leitura e quis que ela aprendesse também”, disse Valdice Santos, mãe da escritora. A primeira publicação de Manu foi realizada após a ajuda do ex-professor de redação e português, Juliano Pinto. Foi ele quem incentivou Manu a escrever e também conseguiu patrocinadores para o lançamento da obra dela quando a menina ainda estudava em um colégio público de Ipiaú. “Eu fiz uma campanha no Facebook para que editoras, jornais pudessem ver a minha publicação e nos ajudar. Não financeiramente, mas querer que uma editora se interessasse, como se interessaram”, contou o professor Juliano. Os outros livros escritos por Manu estão arquivados em um computador. Como o custo para publicação independente é alto, em média R$ 12 mil, ela aguarda uma nova oportunidade para lançar as outras histórias. Só que eles ainda não foram publicados. Estão todos arquivados no notebook dela. É que o custo pra publicar um livro é alto. Hoje Manu, que está no 9º ano, é aluna de uma escola particular da cidade, onde ganhou uma bolsa de estudos. A diretora da instituição, Niedja Andrade, diz que a jovem escritora é um sexemplo para os outros alunos. “Referência de aluna que busca conhecimento. Isso pra gente é muito importante”, disse Niedja.
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