Os bancários da Bahia decidiram pelo fim da greve nos bancos privados e pela continuidade do movimento nas agências públicas em assembleia realizada na noite desta quarta-feira (26), em Salvador, segundo o vice-presidente do Sindicato dos Bancários, Augusto Vasconcellos. Cerca de 800 pessoas participaram da sessão, que ocorreu na sede do sindicato, localizada na Ladeira dos Aflitos, no centro da capital. O atendimento nas agências privadas deve ser retomado já na quinta-feira (27).
“Em relação aos bancos públicos existem, além da pauta geral, uma pauta específica. Nesse caso, nós queremos a recuperação dos direitos perdidos na era FHC [governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso, que aconteceu no período entre 1994 a 2002], que não fazem parte da proposta deles [Federação dos Bancos (Febraban)]”, explica Vasconcellos.
última proposta apresentada pela Febraban ocorreu na terça-feira (25). A federação propôs reajuste de 7,5% para trabalhadores dos bancos públicos e privados, segundo o sindicato dos bancários. No dia 28 de agosto, a Fenabran já tinha encaminhado a oferta de 6% de aumento salarial para a categoria.
Segundo o sindicato, a continuidade da greve nos bancos públicos não foi por unanimidade, à exceção da Caixa Econômica. Em relação ao Banco do Brasil, 146 votaram pela permanência da greve e 118 pelo fim do movimento. O Banco do Nordeste do Brasil (BNB) também continua fechado na capital e no interior.
Os bancários que atuam na Bahia realizam nova assembleia na quinta-feira (27), também na sede do sindicato. Por lei, pelo menos 30% do efetivo de funcionários deve trabalhar durante a greve. O não cumprimento pode gerar multa à categoria. A Bahia tem 16 mil bancários.
Agências paradas
Setecentas e cinco agências paralisaram as atividades desde o dia 18 de setembro na Bahia, quando a categoria iniciou greve por tempo indeterminado, segundo dados do Sindicato dos Bancários da Bahia. Os números foram contabilizados até sexta-feira (21). Em Salvador, 222 bancos estavam com o funcionamento suspenso, informou o sindicato.
O movimento grevista é nacional. Segundo nota da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, entre as reivindicações dos bancários estão o reajuste de 10,25% nos salários (aumento real de 5%), uma participação nos resultados, equivalente a três salários mais R$ 4.961,25 fixos, piso salarial de R$ 2.416,38, criação do 13º auxílio-refeição e aumento dos benefícios já existentes para R$ 622, fim da rotatividade e das metas “abusivas”, melhores condições de saúde e trabalho e mais segurança nas agências.
Serviços
Durante o período de greve, serviços como solicitação de empréstimos, transferências entre agências diferentes, saques de valores altos e pagamentos de contas acima de R$ 5 mil não podem ser feitos. As demais atividades podem ser realizadas pela internet e nos terminais de autoatendimento.
Rubem Carneiro, coordenador do Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor (Procon), explica que as pessoas que tiveram contas vencidas no período da paralisação têm direito de fazer os pagamentos nas agências após o término da greve, sem o acréscimo de juros, multas ou correções.
Fonte: G1
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