Por: Décio Pereira
A reunião na Câmara Municipal de vereadores dessa última sexta-feira(21) poderia ter transcorrido tranquilamente como tantas outras. Dos assuntos em pauta, havia destaque, entre outros, para a votação em que concedia o título de cidadão condeubense ao Padre Juliano, aprovado por unanimidade pelos vereadores. No entanto, a presença de moradores situados às margens da Barragem Champrão e demais cidadãos preocupados com o quadro instalado em conseqüência da seca e do uso irresponsável da água cada vez mais escassa, agitou a reunião semanal do Legislativo Municipal, mostrando a preocupação com a situação atual em que se encontra o açude, o qual atende Condeúba,sua zona rural e cidades mais próximas.
Os moradores, conscientes dos seus direitos e sabendo do papel que os vereadores em tese ‘’deveriam’’ desempenhar, fizeram um manifesto e relataram situações de descaso com a retirada indiscriminada da água e como estão sentindo na pele os efeitos dessa situação. Quem esteve presente na sede provisória da Câmara pôde ouvir depoimentos que chocam e emocionam a todos que se importam e exigem providências a respeito.
Os manifestantes ergueram cartazes e apresentaram dados e documentos que comprovam a situação atual do açude, cobrando medidas que tragam soluções práticas e imediatas. A principal reivindicação dos moradores é que haja um controle por parte dos órgãos responsáveis e do Poder Público quanto a entrada e saída de caminhões-pipa, além de uma fiscalização do consumo,tanto na cidade,quanto o referente à irrigação descontrolada de terrenos em suas margens.
Os vereadores se colocaram a disposição para discutir a questão e o Presidente da Câmara, Carlito José, abriu espaço para o debate democrático entre população e líderes políticos, mesmo o assunto não estando na pauta do dia.
Diante de um debate acalorado, uma das principais reclamações, segundo os próprios manifestantes, estava no jogo de empurra-empurra entre os vereadores na questão que envolve a escassez de água, de profundo interesse da sociedade, sendo que para vários dos presentes há uma nítida ‘’fogueira de vaidades’’. De acordo com um dos participantes, “há uma preocupação evidente por parte de muitos em ‘’vender o próprio peixe’’, numa alusão a quem fez ou deixou de fazer, a quem terá o mérito político lá na frente.
Para um dos representantes da manifestação, chegou a hora de o Legislativo se unir na defesa dessa questão que não é política, e sim, social. Interesses políticos e pessoais, segundo os manifestantes, devem ser deixados de lado para que as soluções apareçam o mais rápido possível.
O fato é que, em parte movidos pela onda de manifestações que ocorrem no país, mas também certos da situação crítica do Açude Champrão e a cada dia mais conscientes dos seus direitos, parte da sociedade de Condeúba deu nessa reunião da Câmara Municipal, um primeiro passo, simples, tímido ainda, porém,importantíssimo no que se refere a cobrar um posicionamento de quem faz as leis e têm o poder de melhorar a qualidade de vida do nosso povo.
O cidadão condeubense percebe nesse momento que ele também deve se posicionar, reivindicar e cobrar resultados práticos, tanto dos vereadores, quanto dos demais representantes do Poder Público, de forma que entendam que o interesse social está acima de qualquer outro interesse político ou pessoal.
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2 Comentários
Segundo a Embasa, nossa barragem está com apenas 35% de sua capacidade. Já era prá ter racionamento desde 50%, controle no abastecimento dos carros-pipa, multa prá quem lava calçadas e usa indevidamente nosso bem mais precioso. Que aconteceu no encontro do DNOCS no dia 22.06? A Irmandade do Santíssimo já havia solicitado ao órgão providências ,quanto ao descaso com o Açude Champrão, desde 2011. Por outro lado, vamos fazer o mutirão de penitência para que Deus derrame sobre nós, a sua misericórdia.
Só se aprende combater uma epidemia, uma pandemia, a fome é com a presença de seus sintomas e com muito trabalho. O protesto é importante, a fiscalização é mais ainda. Agora, a principal coisa que é ação, agente não tem visto. Gestores de nossa região vamos nos unir, prefeitos de Cordeiro, de Condeúba, Piripá, Jânio Quadro, Guajeru, Estamos na ceca, a hora é agora. É hora de tentar inovar, hora de construir barragens subterrâneas, mais poços, mais cisternas com a técnica de ferro cimento, comprar canos para utilizar os poços inativos. No Jatobá tem um poço que Ângela abril que nem é usado, coloca canos e bombas elétricas sai muito mais barato do que pipas, existe até a manta de PVC, que pode armazenar água em qualquer lugar, recurso e tecnologia existe de sobra. Vocês são capazes e pode acabar com pipas melhorando a qualidade de vida dos cidadãos de todas essas cidades, querendo, com poucos anos ninguém mais precisará de pipas.