Para boa parte dos brasileiros, o primeiro contato com a bebida alcoólica acontece aos 13 anos. Aos 16, o consumo passa a ser frequente. Os primeiros goles acontecem dentro de casa: de acordo com estudo realizado pelo instituto americano Internacional Center for Alcohol Policies (ICAP), 46% dos jovens consumiram álcool pela primeira vez no ambiente familiar. O consumo de álcool por adolescentes ainda é um tabu para os pais. Apesar de 98% considerarem o tema relevante, um terço deles afirma que ainda não conversaram com os filhos por não saber como abordar o assunto.
De olho nos indicadores, a Ambev (empresa responsável pelas cervejas Brahma, Skol e Budweiser, entre outras) lançou em parceria com a Mauricio de Sousa Produções o projeto Papo em Família. O objetivo é estimular o diálogo sobre o tema na família e na escola a partir de uma cartilha, tirinhas, webséries e gibis protagonizados pelos personagens da Turma da Mônica.
Produzida com base em estudos de instituições internacionais como a ONG canadense Éduc’alcool e em pesquisas do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), o projeto contou com consultoria da psicóloga Rosely Sayão e do professor da Unifesp Dartiu Xavier da Silveira. Disponível para download, a cartilha Papo em Família – Como falar sobre bebidas alcoolicas com menores de 18 anos oferece dicas práticas para pais e professores sobre como abordar o tema com as crianças e adolescentes.
Segundo a pesquisa nacional da saúde do escolar de 2012, 70,5% dos jovens do novo ano já experimentaram algum tipo de bebida alcoólica; 31,7% tomaram a primeira dose com 13 anos ou menos.
A cartilha sugere uma abordagem distinta para cada faixa etária, do primeiro ano de vida até a maioridade. Até os 8 anos, o ideal é estabelecer regras claras sobre a proibição do consumo até os 18 anos. Já na adolescência, é importante que os pais se mantenham firmes e supervisionem os hábitos dos filhos. Quando o adolescente atinge a maioridade, o material alerta para que os pais orientem sobre o consumo de álcool associado à direção e mantenham o canal de diálogo aberto.
“O trabalho com a família é o fato que isoladamente mais causa efeito na prevenção”, analisa Bettina Grajcer, médica especialista em prevenção e saúde coletiva. Para ela, os pais precisam acompanhar a vida dos filhos de maneira contínua. “Os pais vão perdendo o diálogo com os filhos durante a adolescência. É preciso colocar limites sem agir de forma repressiva”, aconselha.
Cerca de 100 mil cartilhas serão distribuídas para 21 ONGs parceiras da cervejaria em cinco estados brasileiros. O objetivo é atingir 5 milhões de famílias com a ação. O material também está disponível gratuitamente no site www.ambev.com.br/papoemfamilia
Fonte: Carta Capital
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